domingo, 31 de agosto de 2008


E a noite abre-me os olhos

Na serpente enrolada dos dias frios
as estátuas ilusórias rodopiam na poeira,
confundidas no sol, brilham magnéticas,
para além dos vagos montes, imprecisas.
Avançam em aves alucinadas e mudas
calando frustrações do corpo abandonado,
fazendo com que tudo no ar seja incerto.

O sol fere a alma, cegando a frio
a consciência e o lume dos sentidos,
só a brisa da noite me abre os olhos,
só nela sei que quadro oculto é esse
que a mente vai enrolando no linho dos dias,
protegendo a sua identidade e o meu lugar.

É noite e voo rumo a mim, de olhos bem abertos...

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