sábado, 14 de fevereiro de 2009




Na Sombra das Aves

Vem, meu amor, sentar-te junto ao rio
florindo as mãos de flores silvestres
embalados pela música vertiginosa do rio,
no fim desta tarde explosiva de carmim.

Esquece todas as angustiosas esquinas,
que nos ferem os pulsos quotidianos e
saboreia na planície o aqui e o agora,
sem ontem, sem amanhã, sem morte...
Deixemo-nos ficar parados, simplesmente
debaixo das árvores doces em flor,
contando uma a uma as sombras das aves
que planam livres no azul por cima de nós,
sem pensarmos em nada, nem sequer
porque te chamo desde sempre, meu amor...

O rio corre com o perfume das flores da tarde
e ouve-me dizer baixinho na erva macia:
- Vem ser feliz aqui, na sombra das aves.