segunda-feira, 14 de julho de 2008

Canção para um pássaro morto


Em ti havia um pássaro,

bandido dos beirais,

roubava o sol da minha janela

antes de ele me iluminar.

Todas as Primaveras aparecia

acordando-me com o seu canto,

lembrando que o futuro em nós

podia ser já agora, aqui, sem mais nada...


Ontem e hoje não me embalou

com o seu encanto de cristal,

a janela do meu coração ficou

vazia e sozinha na manhã clara,

talvez tenha voado contigo para longe

abrindo a gaiola das minhas mãos.

Hoje morreste-me nesta aurora

e no meu olhar em água corre lenta

a tua canção, a do pássaro morto.




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