domingo, 5 de outubro de 2008

Filho das águas




A chuva humilhante escorre,
lembrando-nos a felicidade,
de corrermos à solta, fugindo
por entre os pingos de cristal.

No chão molhado e espelhado
pintamos aguarelas de cor e luz,
nas sombras cinzentas da noite
perdidas nas insólitas calçadas.

Aqui aprendemos a humildade
dos pequenos gestos naturais:
quando para não escorregares
me dás a tua pequena mão fria
e eu compreendo, filho das águas,
qual é realmente o meu lugar,

Nesse momento a metafísica
torna-se um jogo inocente de crianças.

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