
No silêncio inquietante das noites,
entre as fases da lua e o mapa das rugas
que se acumulam em sulcos na pele,
vamos traficando voos feitos de azul...
Rasgamos o quotidiano inerte e branco
com pinceladas secretas da cor visceral,
é um azul-noite tirado das fráguas distantes,
o mesmo que as aves nocturnas catam nas asas
e nós sentímo-lo nos dedos, garras inquietas,
desenhando palavras que o íntimo dita,
para além do nosso corpo, para além
do racional que a nossa mente suspeita ver.
Sim, este foi mais um voo azul, nocturno,
traficando aquilo que não é sensível aos olhos...
e mesmo estas palavras parecem falsas para revelar
a plenitude alada destas noites brilhantes e secretas.
Sem comentários:
Enviar um comentário